Somos nós que permitimos sentir a ofensa
Quando
somos crianças, desconhecemos o que esta palavra significa, por que
na convivência com o outro, isso não existe. A infância é uma
etapa do desenvolvimento em que recebemos informação. Por
acreditarmos nos que nos transmitem segurança, e confiamos,
aceitamos tudo como uma verdade. Ou nos ensinam a pensarmos por nós
mesmos, ou vamos viver através de dogmas, isto é, a verdade do
outro é inquestionável.
O
processo seguinte é escolhermos os valores e princípios que o outro
usa, que passam a ser nossos e isso irá condicionar todo o nosso
comportamento. Nesse processo ou gerimos essa informação de modo
que faça sentido para nós, ou assumimos essas verdades também como
nossas.
Há
comportamentos que se transformam em hábitos, e isso funciona, mais
uma vez de forma automática. O que acontece? Acontece que passamos a
usar o que fomos adquirindo. Vemos desde muito cedo, as pessoas
discutirem e agredirem-se verbal e/ou fisicamente. E, é-nos dito que
nos ofendemos com isso. As pessoas habituam-se que se ofendem, mesmo
que nunca tenham parado para pensar se efectivamente se ofendem ou
são ofendidos. Então, as pessoas crescem a ofender e a
ofenderem-se, certo?
É
evidente que as pessoas começam a ter consciência que determinados
estímulos têm um resultado que desejam: incomodar, manipular,
desequilibrar o outro com um preciso fim. Aqui existe uma intenção,
é um facto. Então, a ofensa é mesmo isso que se pretende: ofender,
magoar o outro com um objectivo.
Este
é o panorama que conhecemos desde sempre, até hoje. No entanto,
temos um novo paradigma que pode ajudar a transformar este com o qual
se continua a sofrer. Hoje, começamos a escolher: despir a dor, o
sofrimento. O novo paradigma: Não é o outro que nos magoa, com o
que diz ou faz, no entanto, somos nós que permitimos que isso
aconteça. Funciona com todos, e para todos.
Aprender
a ser assertivo é uma boa estratégia, e escolha, para deixarmos de
"ofender". Se o que o outro diz. ou faz, ainda nos
incomoda, provavelmente, é por termos algo dentro de nós que ainda
não está em harmonia, em equilíbrio, por resolver, e esse estímulo
é como algo que abre uma ferida ou toca na mesma. Exemplo: se tenho
determinado comportamento, que é um estímulo para o outro, e este
reage quando a intenção do mesmo não é ofender, terá sido a
interpretação que fez desse estímulo que resulta, ou não, em
sentir-se magoado,ofendido. E, o mesmo acontece quando é ao
contrário, posso interpretar segundo a minha perspectiva.
Ora,
uma nova gestão é: se o que o outro diz,ou faz, não tem sentido
para mim, por que é que me irei sentir ofendido/a só porque aquilo
costuma ter esse efeito? Ah, disse que eu era imbecil. Sou imbecil?
Não! Então, por que me vou ofender? Só porque quando me chamam
nomes eu tenho que imediatamente reagir como sendo uma ofensa? Que
ganho tenho? Que utilidade? Gasto energia, irrito-me e depois não
vou deixar de ser quem sou, certo?
Existe
outra escolha: foco-me em mim, e não valorizo o estímulo do outro.
Como por exemplo, uma bolha branca em meu redor; numa luz; numa
montanha, vejo-me sentado/a à beira-mar. Posso escolher o que
quiser, e tenho a certeza que mantenho a minha serenidade, mesmo que
o outro esperneie. Também posso ser assertivo/a e dizer: - Vamos
terminar aqui; não permito que fales dessa forma comigo -
tranquilamente e com segurança. E, sigo o meu caminho. Portanto, a
ofensa existe dentro de nós, no que acreditamos que é uma ofensa. A
nossa atitude diz: Ah, tenho que me defender (então é porque me
senti atacado). E, a minha imagem na sociedade... bla,bla, bla
Tenho
necessidade de provar o meu valor ao outro?
Ana
Guerra
(escrita
sem Acordo ortográfico)
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