Ano 2019

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quinta-feira, 21 de novembro de 2013


"Educação para a Paz e para a não violência - de Dalila Paulo

Quero partilhar convosco.

Vou transcrever um artigo, da revista "Psicologia Actual", 
que me fez feliz, por sentir que são aspectos 
que eu transmito aos outros.

Quem os ler, vai revê-los... Obrigada!

"Educação para a Paz e para a não violência - de Dalila Paulo psicoterapêuta
facilitadora da Arte de viver em Paz - Presidente da Unipaz
Portugal Campus Avançado da Universidade Internacional da Paz

Se perguntar a qualquer pessoa se quer viver em paz e em Não- Violência ou , em permanente
agitação interna e externa, resolvendo os conflitos de forma violenta, o mais certo é que lhe 
respondam que a primeira opção é não só a que consideram a mais adequada como a que
mais desejam.


A resposta é a de que somos fruto de uma crise de fragmentação resultante do exacerbamento
de uma orientação assente no paradigma newtoniano-cartesiano que coloca a ênfase sobre-
tudo na Razão e numa lógica mutuamente exclusiva, isto é, nada é verdadeiramente digno de 
consideração a não ser que quantificável e analisável pelo Pensamento e pela lógica de que 
A é necessariamente de B.

Foi com base neste paradigma que construímos um mundo interno e externo fragmentado e
mutuamente exclusivo.

Vejamos ao nível externo este paradigma trouxe-nos uma sociedade com um modelo compe-
titivo e exclusivo, 
"só posso ganhar se tu perderes", "só posso ser rico se tu fores pobre", "só posso ter lucro 
se tu tiveres prejuízo"  e desenvolveu um sistema de ensino assente sobretudo no Pensamento, 
na passagem discursiva de informação.

Ao nível interno, trouxe-nos um ser humano desarmonioso, fruto de uma educação que tem 
uma visão fragmentada do Ser, que apenas considera a função razão, a aquisição da informa-
ção e do saber fazer técnico e se esquece de educar as outras funções psíquicas que tal como
definidas por Jung são o Sentimento, a Sensação e a Intuição. 
Um sistema de ensino que promove doutorados, que permanecem, inúmeras vezes no bê-á-bá
da capacidade de lidar com as emoções pessoais e as dos outros e no jardim-de-infância das
suas capacidades intuitiva e sensitiva. 
Descuramos o discurso sobre a Paz e a Não-Violência mas não aprendemos a Paz e a 
Não-Violência.

Como sair então deste ciclo vicioso?

Com as descobertas da Física quântica, particularmente de que, ao nível do microcosmos, o 
quantum tem a probabilidade de ser simultaneamente onda e partícula, nasceu um novo paradi-
gma que tem vindo a possibilitar o resgate de uma visão holística da realidade e o assentar
numa lógica mutuamente inclusiva, que torna possível passar do “ou isto ou aquilo” para o 
“isto e aquilo”.
Para sair do ciclo vicioso, precisamos, então, começar urgentemente a balizar o nosso olhar
sobre o mundo através de um paradigma inclusivo. Um paradigma a partir do qual é possível a
construção de um sistema educativo para a totalidade do Ser, isto é, para a promoção do desen-
volvimento equitativo e equilibrado de todas as dimensões do ser humano: o corpo, a
mente e o espírito.
É necessária a expansão de modelos educativos em que à inteligência racional seja adiciona-
da a inteligência emocional e espiritual, colocando assim em acção, tanto o hemisfério esquer-
do, como o hemisfério direito.
Uma Educação para a Paz e Não-Violência é então aquela que assenta numa abordagem holís-
tica do acto de educar, onde cada momento de aprendizagem acontece colocando em acção 
cada uma das funções psíquicas (razão, sentimento, sensação e intuição).
Tomemos um exemplo para tornar mais clara a diferença entre a apresentação de um momento
de aprendizagem mediante um sistema de ensino baseado na passagem da informação e da
técnica (Modelo 1) e um sistema de ensino para a Totalidade do Ser (Modelo 2).

Módulo sobre o processo germinativo das plantas:
Modelo 1
Ø Passagem de acetatos com a descrição dos passos da germinação
Ø Semear e observar o processo de crescimento
Modelo 2
“Quem vivencia não decora, aprende a vida”
Ø Vivência corporal do processo germinativo. O corpo passa por todos os processos
Ø Relação entre o processo da planta e a sua história pessoal. Eco das emoções surgidas
com a vivência corporal.
Ø Exercício meditativo: Ser “Um com a Planta”
Ø Passagem de acetatos como a descrição dos passos da germinação
Ø Semear e observar o processo de crescimento

Um modelo educativo para a totalidade do ser é aquele que inclui uma aprendizagem da Sabe-
doria das emoções, que só acontece através de uma “inducação”, um tempo de verdadeira vi-
vência que torne possível;
Ø Reconhecer e enfrentar as emoções pessoais, os seus medos, sentimentos de perda e de re-
jeição.
Ø Aprender a amar-se a si mesmo
Ø Aprender a enfrentar e reconhecer as emoções dos outros
Ø Aprender a lidar com as emoções dos outros de forma criativa
Ø Aprender a lidar com o stress

E abraça também a dimensão espiritual, quer dizer, a aprendizagem vivencial dos vários níveis 
de consciência, das dimensão onírica, simbólica e universal.
É uma educação que, tal como refere Jacques, se baseia em quatro pilares: aprender a conhe-
cer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a Ser.
É também desta forma que á Paz pode ser dada uma dimensão mais profunda do que a usual 
convicção de que é o oposto da guerra. Ela passa sobretudo a ser um estado interior advindo 
da capacidade de dar atenção ás emoções destrutivas do bem-estar emocional e espiritual, tal 
como o ódio, a raiva, o ciúme, a inveja e o medo e de os transformar nas emoções catalisado-
ras da felicidade, foi como o amor, a compaixão e a alegria.
A Não-Violência é o resultado óbvio desta transformação interior.

Como pode dar passos em relação a esta transformação?
Através das quatro vitórias na transformação das emoções destrutivas em emoções de paz:
Ø Ocorreu uma situação conflituosa onde deixou que a zanga tomasse conta de si e por isso
reagiu violentamente, quer do ponto de vista verbal/psicológico, quer do ponto de vista físico. 
À noite, depois de acalmar, toma consciência que a reacção foi exagerada.
1ª Vitória: No dia seguinte fala com a pessoa com quem esteve em conflito e diz-lhe que a sua 
reacção foi exagerada e pede desculpa por isso.
Ø Ocorre uma situação conflituosa, sente que a sua raiva começa a subir, entra nela, e começa 
a reagir violentamente.
2ª Vitória: Num determinado momento, lembra-se deste artigo, começa a baixar a sua reacção
violenta e permite-se escutar o outro e encontrar pacificamente uma solução.
Ø Ocorre uma situação conflituosa, sente que lhe chega a sua raiva.
3ª Vitória: Observa-a a chegar, acolhe-a dando-lhe uma flor, ou o que achar melhor, mas não 
entra nela e continua a resolver a situação de forma pacífica.
Ø Ocorre uma situação conflituosa, sente que a raiva chega.
4ª Vitória: Transforma-a num dos catalisadores da Paz (Amor, Compaixão, Alegria, Equidade)

Não sendo este um processo fácil, como então, torná-lo possível?
Tome consciência de que:
Ø Quando aponta um dedo para outra pessoa, ficam três dedos a apontar para si.
Ø Quando fica irritado com alguém, isso apenas quer dizer que essa pessoa está a espelhar al-
go que não quer, ou não pode ver em si. Algo que rejeita e que, por isso, lhe retira o poder de 
se manter firme
na sua acção não-violenta. Ninguém tem o poder de o irritar, é você que lhe dá esse poder.
Ø Fale apenas de si, ainda que seja mais fácil, por exemplo, dizer “o ser humano tem muita difi-
culdade em mudar”, do que “eu tenho muita dificuldade em mudar”, ser capaz de o mencionar, 
catalisará em si um processo de consciência e verdade interior.
Ø Torne consciência de que a sua vida é como a respiração... inspirar, largar, e que assim sen-
do não faz sentido apegar-se a algo, ao ponto de ficar doente. Entre no fluxo da respiração da 
sua vida...”


Desejo uma reflexão construtiva... 
Estou aqui, coloquem as questões todas que sentirem vontade, responderei
!

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