Chegaste
a um ponto da tua vida que decidiste mudar a forma como tens vivido.
Óptimo!
Porque isso significa que descobriste que tens pensamentos que te
incomodam, valores que sente como contraditórios, atitudes que te
impedem de atingir metas a que te propões.
Descobrimos
podemos ter semelhanças com os que nos rodeiam, com os que amamos.
Verificamos que temos denominadores comuns: ser feliz, amar e ser
amado, ter um trabalho/emprego que nos realize, um convívio salutar
com familiares e amigos/as. Também descobriste que é crucial ter
uma atitude optimista nas relações que escolhemos viver.
No
entanto, por vezes, durante a tua caminhada, parece haver desafios
que perduram uns mais do que outros, apesar dos esforços que
desempenhas. Pois bem, isso tem uma explicação, direi assim. Se
constatares, tudo o que fazes, dizes, está relacionado com as tuas
crenças, valores, princípios que são atitudes, e que determinam o
teu comportamento.
Tudo
o que foste assimilando durante as várias etapas de desenvolvimento,
foram ficando guardadas dentro de ti, escolheste-as para viveres da
melhor forma que sabes.
Algumas
dessas atitudes foram entrando de forma dogmática, outras de modo
mais consciente. E, tudo isso juntamente com o teu
carácter/personalidade, transformou-se no que és, hoje.
Então
o que é que isto tem relação com o que parece não colaborar com o
teu progresso, sucesso? Como é que as tuas atitudes se podem
transformar em bloqueios?
Todas
as tuas crenças, e conceitos sobre o que determina o teu
comportamento,são vividas de forma repetitiva, tornando-se em
hábitos; isso resulta no facto dos teus comportamentos serem
automáticos no que diz respeito ao teu dia-a-dia e na relação com
os outros.
Ao
serem inconscientes passam a funcionar como verdades – a tua
verdade – como a realidade que tu vês. Essa realidade é muito
definida pelo que tu escolhes. Alguns exemplos: a forma como tu
acreditas que o casamento deve ser vivido, o que ele é; assim
sucede com a amizade.
Quando
essas crenças te impedem de avançar no teu caminho, transformam-se
em bloqueios mentais. Como dissemos atrás, uns podem ser mais
conscientes do que outros. Quando se encontram no consciente, a
estratégia para a sua diluição é mais rápida a ser encontrada ou
a ser vivida, uma vez que o processo é substituir essas atitudes em
novas. Ou como hoje em dia, é comum: substituir paradigmas antigos
por novos.
Nomeando
alguns desses bloqueios, mais comuns, poderás reflectir sobre isso,
passando a ter mais consciência dos teus comportamentos diários. Se
sentires outros, partilha connosco para que possamos encontrar mais
meios para que te libertes deles.
Bloqueios
mentais que a maior parte das vezes são emocionais:
-
procrastinação: acto ou efeito de proscratinar, ou seja, de adiar:
quando permites deixar para amanhã o que podes fazer hoje; quando
crias um “ícone” em vez de um sonho (construção a realizar);
quando dizes a ti: vou tentar…; quando encontras argumentos para
deixar de fazer algo que gostas, ou queres, muito.
-
necessidade de aprovação: a tua auto-estima ainda se alimenta da
aprovação do outro para a realização de algo que desejas; quando
precisas de ouvir o outro a elogiar-te para acreditares que o que
fizeste, ou dizes, tem valor; quando te habituaste a fazer algo
sempre dependente do outro;
-
insegurança versus medos: se cresceste sem te valorizarem, e com
muitas repreendas, muitas expectativas (assumiste que teria de ser da
forma como o outro te disse), é natural que te sintas numa “corda
bamba” e estejas em constante insegurança, pelo facto de ser o
outro a dar-ta e desconheceres que ela nasce em ti; essa
desvalorização de ti colabora no nascimento e crescimento de medos:
medo de falhares, de não seres apto, de caminhar sozinho, de tirares
a carta, de casares, de ter um filho, teres a profissão que
gostarias, etc.;
-
crenças: é tudo em que acreditas. Generalizadamente, a palavra
crenças está associado a religião (crenças religiosas); neste
sentido, poderás ter crenças que determinam de forma dogmática os
teus comportamentos e nem tens consciência de que isso pode
transforma-se em bloqueios; outras crenças como as que exemplifiquei
atrás – casamento, amizade, normais sociais, como vês o dinheiro
(como o tens de ganhar), a forma como acreditas que tens de chutar
num campo de futebol; a forma como acreditas que a sopa tem de ser
feita; ao acreditares que se passares debaixo de uma escada, tens um
acidente, etc; teríamos um vasto leque de exemplos;
-
zona de conforto: as acções, pensamentos e/ou comportamentos, aos
quais estás habituado/a a ter e não te trazem transtorno, incómodo,
medo, ansiedade ou risco, são as que identificam uma zona de
conforto pela segurança que trazem, apesar de serem constantes e
limitadas; uma exemplo muito significativo: eu vou tentar comer
menos;
-
ignorância: falta de ciência ou de saber/conhecimento é uma
definição de ausência de ter informação. Desconhecimento e
ignorância são sinónimos. Como é que ela pode representar um
bloqueio? Ora, se estiveres à espera de que o outro te traga
informação, conhecimento em vez de o criares por ti, isso pode
impedir-te de construíres algo para ti; também o facto de
escolheres não aprender, como acreditas que atinges o que almejas.
Menciono
mais algumas formas que evidenciam outras manifestações de
bloqueios:
-
ao seres ensinado a ser cauteloso, a não poderes falhar nunca, isso
irá resultar em teres medo de correr riscos, de viver aventuras, ir
à descoberta;
-
desde cedo que te deram a conhecer a vergonha, e isso pode contribuir
para receares ser tolo ou ridículo; quando transferem a sua crença
de que se não corresponderes a determinadas regras/normas morais ou
sociais, então é vergonhoso ou irás ser marginalizado;
-
quando existe alguma dificuldade em isolar um “problema”, o foco
de determinada situação, adversidade, isso representa alguma
incapacidade;
-
o que se apresenta incerto e ambíguo pode trazer desconforto e
representa um bloqueio em avançar;
-
o ser-se pessimista é ter uma atitude de ver o que o que rodeia com
negativismo e por conseguinte, tudo irá falhar, não existe o factor
sorte, privilégio, etc., de modo a que nada resulte, dê certo;
-
o ser-se incapaz de distinguir a realidade da fantasia; estereótipo
disso: ignorar que um determinado objecto pode ter outras aplicações
para além das que é habitual ser usado; essa incapacidade também
pode ajudar a criar ilusões do que rodeia;
-
quando pelo medo ou outra causa se cria fronteiras imaginárias num
“problema” ou até mesmo em soluções;
-
um excesso de informação também ajuda a restringir soluções que
são possíveis e por isso acabam por ser ignoradas.
Foram
focadas várias fontes, sintomas, diria, de como criamos os nossos
bloqueios.
Após
serem identificadas todas, é possível encontrar as ferramentas.
Apesar
de existirem estratégias padrão, é sempre bom ter em consideração
que cada caso é um caso, e o que pode representar insegurança, pode
não ser visto da mesma forma, porque é importante ter em atenção
o percurso de cada indivíduo; as variáveis que contribuíram na sua
formação é crucial para diluir esses mesmos bloqueios.
Falaremos
noutro artigo sobre algumas estratégias.
Ana
Guerra
escrita
sem acordo ortográfico
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