Espiritualidade é a qualidade do que é espiritual ou místico.
Espiritualismo é uma doutrina filosófica que admite a existência de duas substâncias radicalmente distintas: o espírito e a matéria, reconhece a imortalidade da alma e funda as suas afirmações doutrinárias na existência de Deus (José Pedro Machado, Grande Dicionário da Língua Portuguesa).
Misticismo
é a doutrina da apreensão do supra-sensível, do divino por
revelação interior. Toda a crença religiosa ou filosófica que
admite comunicações ocultas entre os homens e a divindade.
Disposição para acreditar no sobrenatural. Doutrina filosófica ou
crença religiosa que substitui o sentimento pela razão como
faculdade de conhecer. O lado misterioso de qualquer doutrina. (José
Pedro Machado, Grande Dicionário da Língua Portuguesa).
Espírito
vem do latim “spiritus”, que significa respiração ou sopro;
coisa incorpórea que anima um ser vivo.
Por
que coloquei uma breve explicação do significado? Nos dias de hoje,
as pessoas incorrem na falácia de usar as palavras nem sempre da
forma mais correcta e acrescentam os significados que entendem. Com
certeza, que somos livres de usar as ferramentas como escolhemos,
apesar de se correr o risco de se transmitirem conceitos falaciosos.
Temos
tantas crenças nos nossos subconsciente e inconsciente, que é
desnecessário acrescentar mais. Chegam a mim, muitas pessoas
confusas com conceitos e informação, que lhes é transmitida sem as
esclarecerem, e as próprias recebem sem questionar. Por esse motivo,
o significado irá encaminhar-nos a uma melhor compreensão do que
tanto se fala hoje.
Uma
doutrina refere os princípios que determinam uma crença, um sistema
ou uma ciência. Partindo deste pressuposto, quando alguém se
intitula espiritualista, significa que o seu comportamento é regido
por princípios que escolheu para utilizar na sua caminhada, na sua
vida. Pode ter escolhido algo que outros compilaram, ou criou a sua
própria, é o que, hoje em dia, geralmente é designado pela sua
Verdade.
A
maior parte dos seres humanos foi ensinado que existe uma Verdade (a
religiosa) ou que a ciência também tinha verdades imutáveis. Esses
paradigmas deixaram de existir a partir do momento, que se passou a
ter acesso a outras Verdades, outra forma de conceber o mundo. As
verdades científicas mudam (ou crescem) à medida que a descoberta é
feita e as hipóteses são confirmadas, quando se observam dados que
se repetem e nos fazem chegar a uma conclusão (método científico).
A
partir do momento que todos os seres que concordam que existe um
espírito que se opõe ou complementa uma matéria, são
espiritualistas. No entanto, é fundamental que o seu comportamento
seja de acordo com a sua doutrina. Se afirma que acredita por que foi
ensinado que era assim – dogma – sem no entanto, colocar em
prática, será que vive em sintonia com essa mesma doutrina?
Podemos
deduzir que um ser espiritualista é alguém que tem como atitude
essa doutrina, e por conseguinte, vive nessa frequência. Podemos,
então, afirmar que ser-se espiritualista passa por um estado de
espírito, uma atitude que determina o comportamento no dia-a-dia.
A
filosofia ocidental alimentou durante séculos que na igreja se é
religioso, na escola aluno/professor, na sociedade alguém que a
mesma aprova segundo normas morais. Ora, bem, também este paradigma
mudou; hoje, descobrimos que se não formos íntegros, deixamos de
ser quem somos e passamos a ser o que os outros esperam que sejamos.
Sermos
quem somos em qualquer espaço, lugar, é-nos mais gratificante. A
forma de como viver esta atitude é uma aprendizagem para a maioria
dos seres humanos. Muitos perguntam como posso ser eu sem me magoar,
sem ser criticado, etc. Ora, bem, a assertividade é uma ferramenta
que podemos incluir no nosso crescimento.
Como
somos espiritualistas?
Somos
espiritualistas quando vivemos de acordo com o que acreditamos, com o
que nos faz sentido, sem medos, com verdade e integridade, com amor.
Ser espiritualista não está relacionado com o facto de ser
aprendido reiki; saber usar um jogo adivinhatório, como Tarôt,
runas, pêndulos, cristais, etc; por se ter aprendido qualquer
técnica de relaxamento, fazer meditação ou se ter uma alimentação
vegetariana, ou porque vamos a workshops ou tantas práticas que
estão na moda.
Ser-se
espiritualista é uma atitude que se escolhe. Podemos fazer uma
analogia: ter dado à luz um ser não é condição sine qua non de
se ser mãe. Ser mãe ou pai é muito mais do que quem fez um filho.
Ser um ser espiritual é da mesma forma, é algo que se escolhe ser e
vive-se em sintonia com essa doutrina.
É
importante que tenhamos consciência do que nos faz sentir em
harmonia, em equilíbrio, em tranquilidade, com energia e alegria.
Por exemplo, quando vivemos como seres espirituais sabemos que
estarmos felizes depende somente de nós mesmos; também que somos
responsáveis pelas nossas “dores”; que somos o comandante do
nosso barco; de que somos o ser que escolhe como vivemos.
Há
muitos valores que têm sido transmitidos que estão correctos. Outro
paradigma que está a ser ultrapassado, é que a dicotomia
certo/errado começa a ter contornos diferentes. O que pode ser certo
para um ser pode não ser para outro, logo qual é o correcto? Ambos!
Tu podes comer kiwi, eu não. Então, é bom comer kiwis? Claro que
sim!
E,
quem é espiritualista também é místico? Uma perspectiva não está
directamente relacionada com a outra, e podemos ver pelas definições.
Deus
existe? O conceito muda segundo cada ser, cada doutrina, que escolhe
para viver isso. No entanto, até os que dizem não acreditar em
Deus, acreditam em si; ora, segundo um novo paradigma: Deus está em
todos os seres, logo aquele que acredita em si e vive dessa forma é
coerente com a doutrina espiritualista se se ver como algo mais do
que um corpo. Até mesmo os que não acreditam que existe um
espírito, podem ser coerentes com um tipo de “espiritualidade”
na medida em que acreditam em si mesmos e isso os move, muitas vezes,
mais do que aqueles que se dizem espiritualistas e no entanto, não
têm auto-estima, são dogmáticos e muitas vezes, infelizes.
São
factos com os quais constatamos todos os dias. Como mudar isso?
Podemos
começar por aprender a usar a nossa mente, as informações que
aceitamos colher e descobrir se nos fazem sentido ou não. A tua
espiritualidade começa por seres quem ÉS. Se não sabes quem és,
ainda não te aceitas, como podes caminhar com a paz que tanto
desejas para ti?
Ana
Guerra
(escrita
sem acordo ortográfico)
Sem comentários:
Enviar um comentário