Gostaria de vos falar sobre o Apego. Nos dias que correm, é usual ouvirmos dizer: que o Apego é algo que não devemos alimentar.
Antes
de seguir por esse caminho, fazer alusão à Teoria do Apego/Vínculo
de John Bolby pode ajudar-nos a compreender porque é que em adultos
o Apego é uma emoção que permanece, transformando-se num
sentimento expresso por comportamentos de dependência e
egocentrismo. Ao apreendermos a origem e o processo mental, é mais
fácil encontrar a estratégia da sua dissolução quando se torna
prejudicial à harmonia interior de cada ser.
John
Bolby fala-nos da importância do vínculo entre mãe-filho (ou do
ser que cria); o quanto é crucial esse apego para o desenvolvimento
da criança (que será o adulto de amanhã), ou se quisermos observar
em muitas espécies animais e daí a referência à perspectiva
etológica de Bolby (John
Bowlby.
In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. [Consult.
2014-06-03]. Disponível na www:
<url:>http://www.infopedia.pt/$john-bowlby>).</url:>
O
ser indefeso procura a segurança. À medida que cresce, durante o
seu desenvolvimento o desapego é uma das infra-estruturas para o seu
amadurecimento, sendo caracterizada pelo fortalecimento da confiança
em si mesmo. Este seria o processo natural, como podemos observar em
outras espécies nos seres vivos.
No
entanto, nem sempre as condições necessárias para esta auto-estima
se encontram presentes, durante o processo de desenvolvimento. O ser
humano tem tendência a alimentar esse apego. Existem factores que
contribuem para esse procedimento, tais como valores transmitidos
pelos progenitores e pares sociais. Por exemplo, os pais transmitem
aquilo que lhes foi transmitido: a crença de que o vínculo deve
permanecer porque isso significa que o amor existe.
Acontece
que o conceito – Apego - também, está relacionado com a
possessividade, a insegurança e a dependência emocional
(desequilíbrios consequentes do seu desenvolvimento), quando deixa
de ser um processo instintivo passando a ser de compensação, de
domínio, de subordinação. Esta emoção/sentimento existe na
relação entre seres humanos, com objectos ou comportamentos.
Apego
está, directamente, relacionado com segurança. O ser humano precisa
de se sentir seguro desde que nasce, e durante todo o seu caminho.
Quando
é que o Apego traz sofrimento?
Traz
quando a relação com o outro se torna sufocante; quando a
necessidade de segurança precisa ser de fora para dentro, em vez do
contrário; quando a dependência de um determinado comportamento,
consigo próprio, ou com os outros, bloqueia a natural convivência;
quando alimenta o apego com um objecto que acredita lhe traz
paz/segurança.
Aprende-se
a alimentar o Apego, para mais tarde descobrir que desaprender é a
estratégia.
Os
que abraçam a mudança, passam a conhecer que esse processo é
vivido com o auto-desenvolvimento. Uma das novas aprendizagens é o
desapego.
Existem
ferramentas que podem ser usadas durante esse procedimento. A
experiência indica-me que cada ser tem características próprias e
a adaptação do uso das mesmas é um processo individual.
Quando
o ser humano é confrontado com a afirmação: O indivíduo pode
aprender a encontrar segurança em si próprio - o desapego é mais
natural e não exige um esforço desapropriado.
Poderia
especificar, com mais detalhes, as variáveis que contribuem para o
Apego, de modo a que seja mais linear a sua diluição. Deixo esses
aspectos para mais tarde, num outro artigo.
Convido-vos
a participar, colocar questões, dúvidas que sejam pertinentes para
cada um de modo que em conjunto vivamos a aventura do desapego.
Ana
Guerra
(escrita sem Acordo Ortográfico)
(escrita sem Acordo Ortográfico)
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