Tenho
observado, e escutado desabafos, que as pessoas têm comportamentos
estranhos. A maior parte das vezes, isso faz-me sentir que devemos
estar a atravessar um período a nível planetário: uma espécie de
caos, onde os seres humanos parecem um pouco perdidos.
Provavelmente
devido ao facto de que a comunicação, hoje em dia, ser muito veloz,
temos acesso a demasiada informação, uma credível e outra nem por
isso, trazendo-nos alguma confusão.
Pelo
facto de sermos seres de hábitos, acontece que continuamos a ter as
mesmas atitudes apesar de podermos ter acesso a novos paradigmas. O
que quer isto dizer? Que iremos usar essas informações/conhecimentos
da mesma forma que usávamos as antigas crenças, valores. Isso
faz-me recordar uma frase de Buda:
“O
que somos é uma consequência do que pensamos”
É
um facto. Ao longo do nosso crescimento, absorvemos e escolhemos tudo
aquilo que iremos juntar ao nosso carácter e isso irá reflectir-se
na nossa personalidade. O que pensamos… tem como referência tudo
em que acreditamos e escolhemos como valores; seja consciente ou não.
Todo
este caminho, trouxe a necessidade de fazer algo diferente por nós
mesmos, aquilo que escutamos com alguma frequência na actualidade:
auto-desenvolvimento, um trabalho interior pegando nas nossas
capacidades e talentos de modo a nos tornarmos em melhores seres,
vivendo de modo mais satisfatório, seguro, confiante e isso leva-nos
a um sucesso individual que muitas vezes designamos por Felicidade.
Como
podemos realizar este processo? Por nós mesmos ou com apoio
profissional. Uma boa estratégia é ter apoio, por que nem sempre
temos acesso a todas as ferramentas que iremos precisar e/ou usarmos
as que já temos. Além disso, um factor como a motivação é
amplamente auxiliada senão nos encontrarmos a dar os primeiros
passos, solitariamente.
Sentir-nos-emos
mais seguros e confiantes ao ter consciência que o resultado é
caminharmos sozinhos. O apoio é insignificante se não nos
empenharmos no que nos propomos. O trabalho principal é,
crucialmente, nosso. Só desta forma é eficiente e duradouro.
Há
alicerces essenciais para começarmos. Conhecermo-nos e aceitarmo-nos
como e quem somos. Dar a mão à sinceridade e verdade levar-nos-á a
caminhar com a garantia que os frutos são claros. Identificar os
valores e crenças que são inúteis é um outro passo. Ter
consciência se os adquirimos de modo dogmático, irá ajudar-nos a
libertar de forma mais rápida por que começamos a ser os capitães
da nossa embarcação.
Libertarmo-nos
de medos, apegos emocionais, pré-conceitos, hábitos bloqueadores
enquadra-se na construção de novas estruturas e isso traz uma força
energética que é transformada em alegria. Todos estes passos
iniciáticos anunciam horizontes desafiadores.
Uma
das nossas dúvidas é se seremos capazes. Ora, se começamos a
duvidar de nós mesmos, é um alerta e é relevante que o escutemos.
Não faz mal sentir isto. O sinal diz-nos para pararmos, sentarmo-nos
e reflectirmos. Um hábito fundamental é reservarmos, todos os dias,
um momento para nos encontrarmos connosco próprios. Podemos fazer
relaxamento, escutar uma música com frequências que equilibram quem
somos (nunca esquecer que somos energia e que a física tem-nos
esclarecido que podemos fazer muito por nós mesmos). Seguir o que
alguns chamam de meditação (momento em que nos sentimos sem
pré-conceitos).
Vou
debruçar-me um pouco sobre este assunto. Escutamos diferentes
teorias/conceitos sobre o que é meditação. O que posso partilhar,
após pesquisas, é que meditar pode ser feito de uma forma mais
suave ou mais profunda, segundo o que pretendermos obter. Umas vezes
podemos fazer uma e outras, outra. O principal resultado é quando
reconhecemos o seguinte sinal: perante uma adversidade (que
supostamente no passado, reagíamos em vez de agirmos) o nosso
comportamento é assertivo.
A
assertividade indica-nos que estamos tranquilos, confiantes e dessa
forma dirigimo-nos ao outro sem agressividade. Ou até mesmo connosco
próprios quando pensamos (os pensamentos também são estímulos
internos).
O
nosso caminho apresenta novas conquistas, que ao nos observarmos,
constatamos um sorriso enorme e sentimos orgulho por nós. Tão
poderosa a auto-estima!
Nesta
etapa, conferimos através dum balanço dos passos dados que o ser
que somos vacila menos, deixou de recear o desconhecido.
É
um momento de nos congratularmos. Aprender a nos abraçarmos, a nos
recompensarmos, também faz parte do pacote. Crescemos, a maior parte
das vezes, sem elogios, com culpa, sem tolerância, demasiados
valores repressivos e com olharmos para o outro sem primeiro olharmos
para nós. Aprendemos que ser egoísta é errado. Sempre o bom e o
certo, o bonito e o feio, quando, hoje, reaprendemos a ser egoísta
de forma sadia e natural.
Se
não me der, e olhar para mim, com amor, como é que posso dar ao
outro?
Uma
das análises que podemos escolher é pensar no seguinte: como é que
posso dar ao outro se me esqueço de mim? Onde é que vou buscar o
que dou ao outro? O outro pode sentir felicidade se eu não estiver
feliz?
Crescemos
a pensar que sim. Ensinaram-nos que dar é uma forma de receber. Se
pensar que amar é uma troca, a dádiva e o receber acontece de forma
natural. Conheci muitas pessoas que deram uma vida e sentem a
ingratidão, a injustiça e sentem-se sós. Perguntei-me muitas
vezes, porque sucedia. Observei, pesquisei e concordei com alguns
testemunhos que partilham que só podemos dar efectivamente se dermos
a nós também. Esse dar é sem expectativa e isso traz o retorno
naturalmente.
Muitas
vezes, deparo-me que as pessoas decidem fazer algo pelo motivo errado
e de forma inconsciente não se apercebem que isso traz o que não
querem; depois constatam e dizem: não valeu a pena; porque é que eu
dou e não recebo? Porque é que eu não consigo o que quero?
Isso
acontece porque o que as impulsiona é um motivo falacioso. O
processo dar, engloba entrega e empenho. Isto transporta-me para
outra ferramenta que ajuda a criar outro pilar, o vivermos o
presente. Não intento repetir o que escutamos em algumas esquinas:
viver o passado e o futuro não é possível. São factos que
conhecemos.
Ora
bem, como posso viver o passado sem que isso me traga uma emoção
menos afirmativa? Há recordações agradáveis, não as posso viver?
As que são menos, o que faço com elas? O passado representa
experiências, que podem ser sinónimo acima de tudo de
aprendizagens. Se as observar dessa forma há a garantia que somos
beneficiados disso.
As
agradáveis, podemos voltar a viver e até engrandecer novos momentos
devido a elas. As menos agradáveis, podemos sempre perguntar: o que
é que aprendi com essas vivências? Garanto que encontramos sempre
uma resposta. Desde que uso esse método, deixei de sofrer com
situações que traziam angústia e frustração. Também me faz
recordar uma teoria: a da funcionalidade.
Podemos
acreditar nisto ou não. Que tudo o que acontece tem uma função
para mim e para o outro. Posso escolher com isso ou não. Aprendi que
se não apreender, irá surgir uma nova situação semelhante (com o
mesmo padrão) de modo a que me seja possibilitado aprender o que é
desejável para o meu crescimento.
Aprendemos
que há um poder em nós que podemos usar de forma a sermos os
primeiros beneficiários e todos os que nos rodeiam, irão ser
beneficiados.
Conhecermo-nos,
aceitarmo-nos, focarmo-nos em nós, faz parte do nosso
desenvolvimento e com isso crescemos de forma mais natural e
saudável. Aquilo que pensamos determinará o nosso comportamento. É
dessa forma que nos damos a conhecer ao outro.
Ao
descobrir que podemos mudar/transformar o nosso interior sem
deixarmos de ser quem essencialmente somos, vivemos com mais alegria
e amor.
É
isso que desejas para ti?
Ana
Guerra
(escrita
sem Acordo Ortográfico)
(podem ver o artigo na Revista Portugal Holístico
https://www.portugalholistico.com/revista-portugal-holistico1 )
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